terça-feira, 6 de novembro de 2018

Travessia Itambé x Rio Preto em MG

Feriado do dia 02 de Novembro, sexta-feira, o combinado era fazer a travessia entre parques, do pico Itambé até o parque rio preto. Mais de 10 horas de estrada do Rio de Janeiro até o município de Santo Antônio do Itambé. Para tal, resolvemos sair na quinta as 19h. Essa travessia geralmente é feita em quatro dias, pois assim se faz com mais calma e consegue aproveitar as diversas cachoeiras do parque. Como só tínhamos três dias, tínhamos que andar bem e abdicar de alguma das cachoeiras.
Eu e Valmir fomos os primeiros a chegar no ponto de encontro, na rodoviária Novo Rio. Depois Fernanda, Ana Paula... Com o tempo foi chegando todo mundo. Acabamos saindo um pouco depois das 19h. Pegamos a estrada com o motorista Beto. Mandou super bem. Já em Minas Gerais iriamos pegar o nosso guia Francisco Chico Trekking.

Como fizemos algumas paradas longas, chegamos muito tarde para começar a travessia. Começamos por volta das 10 da manhã. Maioria dos relatos começa por volta das 6h. Mas, chegamos e era hora de começar a nossa pernada. Você consegue ver todo o caminho que fizemos clicando aqui.

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1º Dia – 02/11/2018 – Portaria do Parque Estadual Itambé x Casa do Seu Santo
Sabíamos que esse seria o dia mais difícil. ~22 km, porém subindo montanha.
Chegamos no parque, registramos nossa presença no livro, tiramos algumas fotos e lá começamos a caminhar.




Entrada para cachoeira santa clara. Não fomos por ter pouco tempo



Como não tínhamos muito tempo, de cara já abdicamos de ir à cachoeira Água Santa. De acordo com o Chico, não é tão longe, mas tem uma subidinha chata. Chegamos na bifurcação até a cachoeira do Neném. Fomos até ela.


Cachoeira do neném








Sabíamos que não tinha muito tempo. Então tiramos algumas fotos e já partimos para a caminhada mais uma vez. Erick não se ligou nisso e acabou entrando na cachoeira. Minutos depois percebeu que esqueceu o relógio e teve que voltar, hehe.
Começamos a andar de novo, um subidinha e logo se chegou na bifurcação da para a cachoeira do rio vermelho. Também não tínhamos tempo para ir até ela. Uma pena. Tinha visto lindas fotos de lá, mas são 3 km para ir e 3 km para voltar.
Pegamos um pequeno atalho, saindo da estrada de barro e chegando no ponto inicial da trilha para o pico do Itambé. Minutos depois chegamos na casa Seu Joaquim. Ali fizemos um pequeno lanche e reabastecemos nossos reservatórios de água. Fui para trás da casa fazer um xixi e acabei vendo dois pássaros absurdos de lindos, na cor da bandeira do Brasil. Ao fundo deles, um beija-flor. Foi uma mijada privilegiada.

Casa do seu Joaquim


Andamos mais um pouco e avistamos uma cachoeira ao longe. Era a cachoeira do Itambé. Chico falou que não tem trilha até ela. É fechada de propósito. Conservar. Mais adiante chegamos numa formação rochosa chamada lapa do morcego. Tem um banquinho ali para descansar.

Cachoeira ao fundo. Pena que celular não registra bem.


Deixando a lapa do morcego para trás, chegamos numa placa informando que ali era o último ponto com água até o final do pico do Itambé. É bom abastecer ali. É um chão bem íngreme e longo até o topo. Sem falar que tem que ter água suficiente para poder descer o pico também.




Começamos nossa subida. Depois de um bom tempo caminhando, se chega na ponte pênsil, chamada de Rebentão. Várias andorinhas passando por ali. Muito bonito o local. Como eu e Francisco estávamos muito adiantados do pessoal, resolvemos parar um pouco por ali e esperar. Andar naquela ponte foi bem legal.






Andamos mais um pouco e chegamos no pico do Itambé. Já estava ficando um pouco tarde. Chegamos no pico por volta das 17h. Logo, logo o sol iria se por.


Pico Itambé








No pico da para acampar. É o recomendado para quem vai fazer em quatro dias, o que não era o nosso caso. Começamos a nossa descida. Até a descida final, teríamos que passar por dois buracos nas rochas. Foi uma experiência bem legal também.


descendo


passar pelas rochas



Depois de descer o pico Itambé, já a noite, paramos um determinado momento para se agrupar. Com as lanternas acesas, Rosineri viu um escorpião. Peguei o meu celular e tratei de filmar. Nunca tinha visto um assim... livre na natureza.

Andamos mais um pouco e chegamos num ponto com água. Ainda tinha bastante, nem enchi. Depois de andar infinitamente no escuro, sem ver muita coisa, passamos pelo córrego da bicha (tem esse nome por causa das onças que ali vivem), e finalmente chegamos na casa do Seu Santo. Chegamos bem tarde. Por volta das 22h. Chico tinha ligado para eles lá no topo do pico Itambé falando que íamos chegar bem tarde. Já estavam preparados, tanto Seu Santo, como Dna Maria.

Dna Maria

Seu Santo

Eu, Raphael e Valmir fomos os primeiros a chegar. Conversando com o Seu Santo ele falou que tinha opção de alugar umas camas que estavam sobrando. Nós três aceitamos na hora. Maior preguiça de montar a barraca.
Já tínhamos reservado a janta e então enchemos o barrigão. Enquanto comíamos ficamos sabendo que o chuveiro era quente aquecido com o fogo que vem do fogão a lenha. Adoramos! De barrigão cheio, banho tomado... tomei 2 dorflex e apaguei na minha linda e confortável cama. Dormi muito bem.


2º Dia – 03/11/2018 – Casa do Seu Santo x Casa do Mozart
Esse dia seria bem mais tranquilo, porém um pouco mais longo. ~24 km.
Após dormir muito bem, acordei sem despertador. Já fui logo arrumando minhas coisas e tomar café da manhã. Fiz ovo cozido com pão de forma e tomei meu mingau na caneca.





Se despedindo do seu santo e dna maria

Depois de tudo pronto andei um pouco pelo terreno. Fui ver a cachoeira. Foi eu e Erick pra lá. Lá já estavam Bruna e Jaque. Tiramos algumas fotos e voltamos para o camping para pegar nossas coisas e partir para a caminha desse segundo dia.




pulando a cerca

Chegando no covão

Após andar um pouco vendo formações rochosas bem diferentes pelo caminho, tendo que pular a cerca para voltar à trilha certa, finalmente chegamos no Covão. Uma escola que tem um orelhão público ali. Comemos um pouco e abastecemos nossos reservatórios de água. A partir dali é um caminho beeeeem longo sem pontos com sombra. Quase um grande deserto. Descampado. Antes de sairmos, ficamos sacaneando Valmir que não queria dividir os pacotinhos de Tang com a gelera, hehe.

apontando pra serra das bichas









Esse caminho é debaixo do sol... mas é um caminho maravilhoso. Valmir e Negreiros estavam muito a frente e eu olhava pra trás não via ninguém. Fiz esse trecho todo sozinho, praticamente. Um verdadeiro momento em que você se encontra. Fui falando com Deus, sentindo o vento, olhando os poucos animais por ali, admirando a grande serra das bicha/espinhaço ... curtindo aquele momento. Foi bem legal.
Já chegando na entrada do Parque Estadual Rio Negro, alcancei Valmir e Negreiros conversando com o guarda parque perto de uma casinha verde.


pico dois irmãos ao fundo



Minutos depois aparece Raphael num ritmo absurdo de rápido e nos alcança. Ficou só nós quatro ali. Passamos pela nascente do rio preto e fomos até a casa dos guarda parque.




zzzzzz

Ficamos ali conversando com o guarda, bebemos água gelada (nossa, maravilhoso!) e deixou a gente recarregar os celulares um pouco ali na tomada. Ficamos um bom tempo esperando o pessoal chegar. Papo de 40 minutos. Raphael chegou a dormir.

De pé, era hora de voltarmos todos juntos para nossa pernada até a casa do Mozart, que estávamos chamando de casa do mozão, hehe.
Após cruzar alguns riachos, chegamos finalmente na casa do Mozart. Chegamos por volta das 16h. Tinha camas e colchões disponíveis. Peguei logo um pra mim. Depois fui num pocinho que tem por ali, mas é bem sem graça. Bom para tomar um banho, quem quiser.

Casa do Mozart


Esse dia foi bem tranquilo. Já na casa do Mozart, tem luz elétrica (abastecida por painéis solares), fogão e vários utensílios, além das camas. Banho frio. Fizemos nossa janta e ficamos conversando um bom tempo. Lá pras 20 ou 21h já estava todo mundo indo dormir praticamente.


3º Dia – 04/11/2018 – Casa do Mozart x Restaurante do parque Rio Preto
Esse dia também não seria muito difícil. ~22 km.
Embora tenha acordado no meio da noite com o calor, dormi bem também nesse dia. Uma cama faz a diferença. Calor porque dormi com o saco de dormir por cima da cama. Medo de ter algum bicho ali no colchão, hehe.
Tomei meu café da manhã (pão de forma com ovo cozido e mingau), e o objetivo era sair bem cedo. Vimos o nascer do sol ali na casa do Mozão. Foi legal.

Nascer do sol

vendo mais um amanhecer










Começamos a nossa pernada por volta das 6 da manhã. Atravessamos alguns córregos, até que chegamos no córrego das éguas.

Chico trekking e eu 




Depois de andar um pouco observando umas formações rochosas bem diferentes, chegamos na cachoeira do crioulo








Entrei de cueca mesmo. Quis nem saber


chegando cada vez mais perto da queda d'água

Erick e eu debaixo da cachoeira. As meninas na água, voltando


Depois de curtir bem a cachoeira, fizemos um lanche por ali e partimos para o fim da travessia. Passamos pela entrada da cachoeira sempre-vivas. Esta cachoeira dava para ir pelo caminho do rio, porém Chico achou melhor ir pela trilha normal porque pelo rio ia demorar mais. Como ainda tínhamos que ir pro RJ, não poderíamos nos demorar muito. Fomos pela trilha normal.



Passamos por alguns mirantes, até que chegamos numa casinha com uma fonte de água e banheiros. Demos um pequenos descanso ali e logo continuamos a caminhada. Já bem cansados, o caminho dessa casinha até o restaurante é uma estradinha porém algumas subidas chatas, mas finalmente chegamos no restaurante.



Restaurante

Entrada do Camping

Caminho sem fim até chegar no camping em si





Com o barrigão cheio, fiquei sabendo que dava para tomar banho no camping dali. Peguei minhas coisas na cargueira e fui pra lá. O caminho para o camping é praticamente uma travessia, hehe. Uma descida sem fim... Mas o banheiro é ótimo! Muito bom mesmo. Banho quente e muito limpo. Alguns passarinhos por ali também. Vale a pena ficar naquele camping.
Ameaçou chover, mas ficou só na ameaça. Entramos de volta pra van, deixamos Chico e Erick no caminho perto do Mc Donald de Belo Horizonte e partimos para o Rio de Janeiro. Chegamos por volta das 4 ou 5 da manha na rodoviária novo rio. Nos despedimos do pessoal, pegamos um uber até Niterói para a casa do meu pai. Peguei me carro de volta e parti para região dos lagos.
Cansado... Mas MUITO feliz. Obrigado Deus. Mais uma.

Da esquerda para direita e de cima para baixo: Raphael, Valmir, Bruna, Osório, Rafaela, Henrique, Bruno, Fuji, Erick, Eu, Ana, Fernanda, Rosi, Jake

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