quinta-feira, 5 de abril de 2018

Feriado de Pascoa

Este feriado é/foi um daqueles momentos que podem mudar sua vida. Explicarei mais a frente.
A ideia para este feriado de 4 dias (29/03 a 01/04) era fazer a travessia de Juatinga, em Paraty. Sairia de Paraty-mirim e acabaria na Vila Oratório.
Deu dia 28, arrumei a mochila me preparando para a travessia, peguei o carro e fui em sentido ao rio. Antes tinha pego um rapaz de arraial pelo blablacar (para ajudar nos custos) e Valmir pelo caminho. Quando estávamos na estrada, próximo à São Gonçalo, eu estava numa reta então estava bem acelerado. Próximo de 130 km/h. Um ônibus que estava na faixa da direita entrou do nada na minha frente, de forma abrupta e sem ligar a seta. Freiei bastante, mas não teve jeito: acabei beijando a traseira do ônibus. Nisso, o carro começou a rodar. Manejei ele um pouco e deu uma leva batida no canteiro central, arranhando também a parte lateral do carro do lado do motorista. Ao bater na lateral manejei o carro levemente e ele estabilizou. O motorista do ônibus, sabendo que fez merda, nem parou nem nada. Me deixou largado lá no meio da BR-101. O carro continuava a funcionar, mas fiquei com medo. Levamos até o acostamento para sair da Estrada e avaliar os estragos e ver o que fazer.






O farol de fábrica tinha quebrado, amassado bastante o capô, o para-choque estava solto do lado carona, parte da grade frontal amassada e arranhado de uma ponta a outro a lateral do lado do motorista. Pegamos o silver-tape que tinha comprado pensando em reparar minha bota que tinha se avariado na última travessia no Itatiaia, e comecei a remendar o carro. Colamos o para-choque e colamos o capô para que ele não soltasse. Liguei o carro e ele estava ok. Tudo funcionando. Foi só lataria mesmo, graças a Deus. Sem saber muito o que fazer, os dois passageiros saíram do carro e eu andei uns metros e eles olhando o carro para ver se tinha algo ruim. O carro parecia ok, não tinha nada de estranho (além dos amassados), então resolvemos seguir caminho mesmo com o carro todo remendado. Fomos até o ponto de encontro da travessia, que era no posto Shell perto da rodoviária Novo Rio.
Chegando no Posto Shell, estacionei, me despedi do cara do blablacar e fui cumprimentar o resto do pessoal que já estavam ali esperando a Van. Ainda um pouco desorientado, deixei a minha mochila com a minha namorada (que chegou ali no ponto de encontro) para ela ir pensando e alocando as coisas na minha mochila e na dela.



Resolvi fazer a travessia mesmo assim. Com o carro ferrado e a minha bota um pouco ferrada. Entrei na Van do Sérgio e fomos todos para Paraty. Logo assim que a Van saiu, me dei conta que havia esquecido meus cartões de crédito dentro do meu carro. Já era. Enfim... Dentro da van, fui dormindo boa parte do caminho até Paraty-mirim. Quando estava acordado, estava triste por tudo que aconteceu, mas ao mesmo tempo aliviado. Dentro da Van, teve uns momentos que pensei que iriamos bater. Sérgio meteu o pé um pouco mais fundo o que me deixou apreensivo. Não só eu como outras pessoas na Van também.

1º dia – 29/03/2018 – Chegada em Paraty-Mirim
Chegamos ainda era noite em Paraty-mirim. Comemos alguma coisa, esperamos o sol nascer, tiramos algumas fotos, nos arrumamos e começamos a travessia de Juatinga.






Enquanto íamos fazendo a travessia, minha bota ia reclamando. Ela já tinha dado o que tinha que dar mas eu continuava a usá-la. Afinal era só o solado que estava soltando. Ela é impermeável e muito boa. Não entra água mesmo! Enfim... Muito cansativa no início, mas já sabíamos que essa travessia é Punk! Ao chegar quase no final do saco mamangá, boa parte das meninas resolveram pegar um  barco direto para o camping da praia do Cruzeiro, que seria onde iriamos pernoitar durante este primeiro dia. Eu, e os  outros que restaram resolvemos seguir a travessia normal pegando uma linha reta até o outro lado da margem, sendo uns 10 reais mais barato se não me engano. Até o camping foi uns 30 R$ e o que paguei foi 20$. Andamos até a praia do Cruzeiro e fomos montar acampamento. Priscila, para variar, não estava se sentindo muito bem. Além de cansada, normal da travessia, estava sentindo enjoo. Suspeitei de gravidez, mas ela estava menstruada... Então não liguei muito para gravidez.







atravessar de barco



Depois de descansar um pouco, resolvemos subir o pico pão de açúcar. O caminho que fizemos pode ser visto clicando aqui. Vista lá de cime é absurda de lida. Valeu a pena ter subido. Na subida, meus dois pés da bota abriram. Antes era só o do pé direito. Agora era os dois. Bruno Martins que tinha levado fita isolante fez uns remendos.






joão, negreiros, daniel, zoé, cris, eu, bruno martins

Depois de conquistado o pão-de-açúcar, era hora de relaxar. Fomos curtir a praia e comer. Caiu a noite e dentro da barraca senti um calor absurdo! Era minha primeira vez testando minha barraca nova: quéchua 2. Muito leve. Gostei bastante - Comprei por ~130 reais à preços de março de 2018. Ótimo custo x benefício.
Com o calor resolvi dormir no chão da barraca, sem o isolante térmico e sem camisa. Doideira isso que fiz, mas até que fiquei bem.

Barraca nova aprovada, nem montei direito porque sabia que não ia chover.

na cozinha do camping (que fica dentro de uma casa): Priscila e o casal Vicky e Daneil fazendo janda

A lagosta que pegaram lá no dia

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2º dia – 30/03/2018 – abandono de Juatinga
Acordamos e depois de conversar com Priscila, resolvemos abandonar a travessia de Juatinga. Minha bota não estava legal e ela menos ainda de saúde: sem condições de prosseguir. Pelo menos não com Priscila. Chegamos a cogitar de eu continuar a travessia sem ela, mas só tínhamos uma barraca para nós 2 e eu não queria abandoná-la (mesmo sabendo que ela pode se virar muito bem sozinha até melhor do que eu). Comuniquei ao pessoal que não iria e eles entenderam completamente. O plano então era curtir esse dia ali mesmo no camping da praia do cruzeiro e nos dias seguintes partir para o centro histórico de Paraty e para Trindade. Eu não conhecia nenhum dos dois lugares então para mim era lucro. Ficou mais um casal com a gente, o Daniel e a Vicky. A Vicky, esponhola, levou alguma picada no pé e ficou muito inchado. Abandonaram também a travessia. Gostaram da nossa ideia de ficar ali curtindo o camping nesse dia e nos dias seguintes partir pra Paraty e Trindade.
Esse dia em si, foi só descanso. Ficar ali curtindo o camping e praia. Levantei a ideia de levá-los no pão de açúcar, mas todo mundo destruído já. O casal alugou um caiaque e foram passear. Eu e priscila fomos andar um pouco por ali. Por mim a gente tinha ido até uma cachoeira que tem por ali, mas Priscila estava muito cansada. Quando a noite chegou, pagamos nossa estadia no camping + o barco até paraty. O barco cobrou 50 R$. Ficamos umas meia hora dentro do barco para chegar até o destino. Cinquenta reais até que saiu um preço bom.

Assim que acordei, vi que a maré estava muito baixa, então peguei uma cadeira e fui para a "água" pensar

curtir o dia em praia do cruzeiro

no próprio camping tem esse roteiro que aconselha fazer a travessia no sentido inverso ao que estávamos fazendo, e fazer em 5 dias em vez de 4


3º dia – 31/03/2018 - Rumo a Trindade
Assim que acordamos no camping praia grande, arrumamos nossas cargueiras, desmontamos a barraca e partimos para o barco. Como dito acima, ficou em 50 reais mas saiu até barato porque foram umas meia hora de viagem. Chegando em |Paraty, a ideia era sacar dinheiro para não ficar na merda. Procuramos um caixa 24 horas e não existia nenhum na cidade!!! Ficamos sabendo que em Paraty tem uma grande incidência de roubo a caixas eletrônicos. Até aí tudo bem. Daniel e eu deixamos nossas namoradas perto do centro de informações e fomos atrás de um Banco do Brasil. Andando mais um pouco e perguntando aos locais, ficamos sabendo que tanto o Banco do Brasil como o da Caixa Econômica haviam sido roubados. Já bateu uma apreensão. Fomos até um mercado  (rede supermercado) que diziam existir um caixa eletrônico lá. No caminho até este mercado, passamos pelos dois bancos e eles realmente estavam destruídos. O guarda do Banco do Brasil falou que explodiram tudo. Enfim, ao chegar no mercado constatamos que não existia caixa 24 horas ali e nem em lugar nenhum. Nem nos postos de gasolina. Nada.
Voltamos para as nossas namoradas para contar a notícia e resolvemos partir para Trindade só com o pouco dinheiro que tínhamos. Como já havia dito antes, esqueci meus cartões dentro do meu carro então a ideia era o Daniel usar o cartão dele para pagar qualquer coisa para eu e Priscila, e qualquer coisa, eu fazia a transferência para ele. E assim foi.
Depois de muito congestionamento, chegamos em Trindade. Começamos a caçar um camping. Como era feriado, estava tudo caro. Todos cobrando por volta de 50 reais no camping. Um absurdo! Um local nos abordou falando da inauguração de um hostel. Fomos lá ver. É o hostel Ti.

mapa de trindade que tem no hostel

Cozinha do camping, esperando o resto da comida ficar pronta

O hostel é a parte cima. Da para ver que os quartos eram lojas anteriormente

Chegamos lá e contamos nossa história triste e ela queria cobrar 60 reais a diária do hostel com direito a café da manhã. Negociamos que ficasse em 50 reais, mas sem direito ao café da manhã. Não precisávamos também: estávamos com bastante comida (que era para a travessia). Assim fechou.
Deixamos nossas coisas no hostel, Daniel pagou a minha e a de Priscila. Na mesma hora fiz a transferência para ele pelo meu celular, usando o wifi do hostel. Nós fomos os primeiros clientes deste Hostel. A noite ia ter uma festa de inauguração do mesmo.
Deixamos nossas mochilas lá no hostel e fomos explorar Trindade. Priscila já conhecia, mas eu não. Nem o casal. Eles foram almoçar e nós fomos explorar a cidade. Como era feriado, não tinha outra consequências se não estar lotado. Mesmo assim fomos curtir o lugar. O caminho feito em Trindade pode ser visto clicando aqui.




pedra da praia do meio

praia de cachadaço

cachoeira super lotada

pedra que engole


Piscinas naturais super lotado




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Cidade bem pequenas mas bem legal de se conhecer. Mesmo com o tempo nublado, foi legal - ao contrário do centro histórico de Paraty. Primeiro fomos na pedra que engole, depois sentido piscinas naturais. As piscinas naturais estavam muito cheias, mas mesmo assim foi legal. Pretendo voltar lá na baixa temporada para curtir legal.
As fotos que tirei de trindade realmente não ficaram muito legais. Pelo menos eu não gostei. Isso porque me desanimou um pouco para tirar foto: o tempo não estava legal, prejudicando uma iluminação, a cidade estava super lotada. Gosto de tirar foto de paisagem, não de pessoas.
Voltamos para o hostel, tomamos banho, nos alimentamos e descansamos um pouco. A noite, eu já estava bem cansado mas ainda tinha a festa de inauguração do hostel. Disseram que ia acabar lá pras 22h, mas acabou umas 23h. Ta bom também. É festa! Dancei um pouco de forró com Priscila e depois fomos dormir. Como fomos os primeiros hospedes, pudemos escolher as melhores camas: as que o ventilador chegava. Era um beliche. Eu ficaria na cama de cima e Priscila na de baixo. Mas a cama de cima já não pegava muito vento e fiquei num calor desgraçado! Fui dormir com ela na mesma cama. Valew muito a pena ficar neste hostel: ganhamos comida, bebida e ainda teve festa.

4º dia – 01/04/2018 - Voltando para Paraty
Acordamos cedo e fomos fazer nosso café da manhã. Como o hostel ainda está começando o café da manhã não foi tão farto, mas era muito bom. Para quem está começando, está ótimo!
Após o café da manhã, fomos andar pela praia mais uma vez. O horário de check-out as 14h. Não dava para enrolar muito. Após uma pequena volta, voltamos para o hostel arrumar nossas coisas e então partir. O casal Daniel e Vicky já tinham ido para Paraty. Combinamos de nos encontrar lá por volta das 16h se não me engano no centro de informações turísticas. Pensamos em almoçar por ali mesmo em Trindade, mas o horário do ônibus já estava quase saindo, então pegamos o ônibus sentido centro de Paraty. Depois de um tempo de estrada (não muito dessa vez, já que a região como um todo já havia esvaziado bastante), chegamos então na rodoviária. Logo que descemos, comemos num restaurante ali perto, da qual pagamos apenas 15 reais com um prato bem cheio. Achávamos que íamos pagar uma fortuna em Paraty, mas até que não. O ruim que era Domingo e não tinha quase nada aberto, mas tivemos sorte.
Ficamos rodando um pouco pelo centro histórico de Paraty até dar a hora de irmos para o ponto de encontro nos encontrarmos com o pessoal da travessia. Ideia é voltar na mesma Van.











olhando as fotos parece até que a cidade estava vazia, haha

Assim que deu a hora, nos encontramos com o casal Daniel e Vicky e fomos para o mercado Carlão perto da rotatória, que era o nosso ponto de encontro. Após uma hora e pouco de espera, eles chegaram. A van estava fedendo a suor e a chulé, hahaha. Normal para quem acabou de fazer uma travessia puxada. O motorista que nos levou de volta não era o mesmo. Em vez do Sérgio, era uma outra pessoa que não sei o nome. Só sei que quase o xinguei e matei algumas vezes. Ele dirigia muito rápido e irresponsávelmente. Todo mundo na Van estava ficando puto. Antes de pegar a estrada, paramos num restaurante de estrada e fomos todos jantar. Até que foi muito bom. Ali conversamos com o pessoal da travessia sobre o que fizemos e o que eles fizeram. Foi legal. Todos de barrigão cheio, partimos para casa.
Ao chegar na rodoviária Novo Rio, o João, que é de São Gonçalo, resolveu voltar comigo no meu carro. Corajoso, já ele estava batido. O João pagou o estacionamento e seguimos nosso caminho. Fui andando a uma velocidade média entre 70 e 80 km/h, ou seja, mais lerdo que tudo. Numa rodovia, essa velocidade é muito baixa. Andava, andava, andava e não chegava. Deixei João no ponto que ele pediu e fomos eu e Valmir apenas até região dos lagos. Chegando em Cabo Frio, deixei Valmir em casa. A cargueira dele estava fedendo demais, Hahaha. Me despedi e fui para a minha casa. Cheguei em casa por volta das 4 da manhã. Mandei mensagem no grupo do trabalho dizendo mais ou menos o que aconteceu e iria apenas no turno da tarde. Assim poderia descansar melhor para poder ir trabalhar... E assim foi.
Agora é trabalhar para restaurar o carro, para poder continuar viajando, que é a minha maior paixão.


Valmir, Bruno Martins, João, Priscila, eu, Negreiros, Cris, Zoé, Ana Paula, Carol, Fernanda, Vicky, Daniel e o Daniel (fumante)