Preparatórios pré travessia:
- Água:
Duas garrafas pet de 1,5 L. Uma para pernoite no dia e outra para a trilha do dia seguinte.
Uma pequena de 500ml exclusivamente para cozinhar.
Um camelback com capacidade de 2 L, mas não o enchia todo. Enchia no máximo 1L e ia reabastecendo se necessário. Era esse reservatório que usava durante a trilha para me hidratar, já que ele tem uma mangueira saindo diretamente da mochila.
- Frio/Roupas:
Separei em dois conjuntos: a roupa de trilha e a roupa para dormir (aguentar o frio)
Para trilha: usei apenas uma camisa de manga comprida segunda pele com proteção UV, uma camisa (dry-fit) roxa por cima, um chapéu australiano, calça comprida leve e fina, meia de trekking e uma bota impermeável. E sim, usei a mesma roupa para os 4 dias de caminhada e nem ficou fedorento. Eu não levei, mas senti falta de uma luva exclusiva para trilha: se coloca a mão em muita terra/pedra/raiz/corda.
Para dormir: uma outra camisa de manga comprida e uma calça segunda pele, um fleece, uma jaqueta de pena de pato, um anorak, e uma luva. Usava a calça de trilha por cima da calça segunda pele. O anorak tem um capuz, o usava quando estava com frio na cabeça.
- Equipamentos:
Dois carregadores portáteis de bateria (power bank)
Uma lanterna de cabeça com pilhas na conta (evitar peso e se precisasse, usaria a lanterna do celular)
Celular, com o GPS ligado o tempo todo gravando o caminho. Assim que chegava no cume de alguma montanha, mandava finalizar a gravação no wikiloc, mexia um pouco (pega sinal de internet em algumas montanhas) e já desligava o celular para economizar bateria. Procure deixar o celular dormir junto contigo dentro da roupa de dormir. Aquece-lo com o calor do corpo vai evitar que ele fique muito gelado e a bateria acabe mais rápido.
Bastão de caminhada (ajudou muito); Mochila cargueira; Barraca (2,1kg); saco de domir (gelo); isolante térmico, fogareiro e 1 bujão de gás novo.
- Alimentação
4 Lanches de trilha: Levei 3 biscoitos (mas só comi 2 durante a travessia), amendoim, 4 barrinhas de proteína, um pacotinho de goma de carboidrato para dar energia. Dentro da van, ganhamos do perninha um pacotinho que tinha: uma bananada, um chupchup de doce de leite, um amendoim pequeno, 2 balas, 1 paçoca.
3 Jantas: Para as 3 jantas levei um caixinha de ovos mantiqueira que vem com 6 ovos. Levei 3 arroz parbolizado em saquinho. Coloquei tudo dentro de uma leiteira, assim protegia os ovos crus. Como estava dividindo barraca com Bruno Martins, ele levou feijão semipronto em pacote e duas linguiças. Eu cozinhava 2 ovos e o arroz na mesma agua, com 500ml de água. Depois emprestava o fogareiro para o Bruno, e com a panela dele ele fritava a linguiça e depois jogava o feijão por cima. Depois nós juntávamos nossas comidas. Dava e sobrava. Não passamos fome mesmo. Levei também uns pacotinhos de isotônico em pó para tomar como suco durante a janta e repor os sais que perdemos durante a trilha.
3 Cafés da manhã: 1 pacote de atum, 1 pacote de rap10 (mas levei apenas 6 pães dentro do saco [2 pães para cada dia]), levei um potinho de 200ml com uma mistura em pó das seguintes coisas: 6 colheres de nestom, 3 colheres de farinha láctea, 3 colheres de toddy, 6 colheres de leite ninho. Na hora do café da manhã, colocava essa mistura em pó na caneca, um pouco de água e estava pronto. Comia 2 pãe com atum por dia no café da manhã. Ficou show.
Agora, vamos aos relatos dessa Travessia.
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Cheguei no ponto de encontro, no posto shell e Bruno
Martins já estava lá esperando. Logo depois chegou a Maria Célia. Aos poucos
foi chegando todo mundo. Entramos na van pegamos a estada. No meio do caminho
pegamos o restante do pessoal. Foi um longo caminho até MG.
Chegamos em Passa Quatro, na casa do Edinho. Ali já vimos o veículo que nos levaria para o início da trilha no dia seguinte. Mas, assim que chegamos, dormimos ali mesmo na varanda da casa do Edinho. Perninha dormiu no próprio carro de transfer.
Nosso motorista, Anderson, tirando foto nossa |
Todo mundo "inteiro" ainda, antes de fazer a travessia. Hehe |
Chegamos em Passa Quatro, na casa do Edinho. Ali já vimos o veículo que nos levaria para o início da trilha no dia seguinte. Mas, assim que chegamos, dormimos ali mesmo na varanda da casa do Edinho. Perninha dormiu no próprio carro de transfer.
1º DIA – 21/07/2018 – Toca do Lobo x Pico do Capim Amarelo
Acordamos de madrugada e um frio
danado! Mas isso a gente já esperava. A gente falava e via a fumaça saindo da boca. Levantamos, arrumamos nossas mochilas e
era hora de caçar algum lugar para tomar café da manhã. Comemos um pão/biscoito
polvilho gigante muito bom na padaria ao lado. Mas, não tinha café. Então
resolvemos ir andando até a padaria próxima que era um pouco mais caro, mas
mais estruturada. Comemos coisas típicas lá de MG. Coisas com queijo, claro.
Hehe. Para fechar pedi dois pães com ovos e um café com leite.
Biscoito/pão de povilho com queijo. Muito bom. |
Aniversariantes do dia: Maria Célia e Kassen |
Hora de partir |
Montamos nossas mochilas e
começamos a nossa pernada.
Poucos minutos depois, chegamos
no primeiro ponto com água: Toca do lobo.
Resolvi pegar um pouco de água
ali mesmo. Começamos nossa caminhada e já se começa a subida.
Após passarmos por algumas
pessoas, dentre eles maioria corredores de montanha e/ou apenas pessoas fazendo
bate e volta no capim amarelo, chegamos no segundo ponto com água. Uma pequena
descidinha a direita da trilha. Ali era a hora de encher o máximo de água que
puder. Ali a brincadeira começou a ficar séria. Careca continuou a subida
falando que tinha mais um ponto com água adiante, mas logo viu que tinha se
equivocado e voltou para pegar água também.
Fomos caminhando até que chegamos
no quartzito. Local da foto clássica da Serra Fina.
Assim como em toda travessia, o
primeiro dia é o dia mais difícil. Você está pesado pela quantidade de comida
que está levando, seu corpo está se adaptando à montanha e, nesse caso, tem a
grande quantidade de água a se levar. Para piorar a situação, chegando próximo
ao pico do Campim Amarelo, existe vários lances com cordas o que dificulta
(facilita na verdade) bastante.
Ao chegar no pico da Capim
Amarelo, vi que tinha bastante gente lá. O Bruno Martins, que ia dividir a
barraca comigo, foi na frente e conseguiu chegar antes de mim e reservar um
lugar legal para montarmos a barraca.
Durante o caminho acabamos conhecendo um pessoal (umas 5 pessoas) que eram de Rio das Ostras. Depois de uma piada interna, acabamos chamando o grupo de "os capciosos", hehe.
Durante o caminho acabamos conhecendo um pessoal (umas 5 pessoas) que eram de Rio das Ostras. Depois de uma piada interna, acabamos chamando o grupo de "os capciosos", hehe.
por do sol no capim amarelo |
Fique surpreso ao saber que tinha um livro de cume ali também. Não sabia. Registrei minha presença, conversei um pouco com as pessoas que ali estavam e logo montei minha barraca. Tomei um “banho de gato” com lenço umedecido e fomos fazer a janta.
Para a janta tínhamos
combinado o seguinte: eu levaria arroz parbolizado e ovo cru. Bruno levaria
feijão em pacote e linguiça. Eu faria as coisas na minha leiteira e ele na
panela dele. Depois misturaríamos tudo e ficaria show. E assim fizemos.
Depois de curtir o por do sol lá, sentamos um pouco lá fora para conversar com o pessoal... conforme ia passando as horas, mais frio ia ficando. Me despedi e fui dormir. Logo depois o Bruno chegou dizendo que estava frio para caramba, hahaha. Graças a Deus a minha barraca segura legal o calor. Dormimos sem sentir frio.
Aquele frio da montanha e uma lua de encher os olhos |
Depois de curtir o por do sol lá, sentamos um pouco lá fora para conversar com o pessoal... conforme ia passando as horas, mais frio ia ficando. Me despedi e fui dormir. Logo depois o Bruno chegou dizendo que estava frio para caramba, hahaha. Graças a Deus a minha barraca segura legal o calor. Dormimos sem sentir frio.
2º DIA – 22/07/2018 – Capim Amarelo x Pedra da Mina
Acordamos com despertador e geral
saiu para ver o nascer do sol.
Arrumei minha mochila, tomei um
café da manhã e parti para travessia. Bruno estava no “banheiro” e o resto do
pessoal ainda comendo. Alguns já tinham partido. Resolvi me adiantar e ir sozinho,
e assim ir mais devagar no meu ritmo.
Meia hora depois de caminhar
sozinho, acabei escorregando de bunda no chão e machuquei levemente o pulso.
Nada demais. Segui o caminho até que passei por uma bifurcação e nem vi. Peguei
o caminho descendo e vi que a trilha tinha acabado. Estranhei. Olhei o wikiloc
e não ajudou muito. Então olhei ao redor e, olhando pra cima, vi uma plaquinha.
Era ali que eu tinha que ir. No mesmo momento ouvi vozes do pessoal que estava
comigo. Gritei por eles e os vi subindo até a plaquinha que eu deveria ter ido.
Gritei e eles me esperaram.
Fomos andando até que chegamos na
base da Pedra da Mina. A quarta ou quinta maior montanha do país, não sei ao
certo. Ali pegamos água, mas não a carga máxima. Só o suficiente para chegar ao
cume e pernoitar. Confesso que não dava nada pela Pedra da Mina. Não era o
lugar que me enchia os olhos quando via as fotos dos outros na internet... Mas,
confesso que foi o lugar que eu mais curti! O lugar é lindo demais e o camping
inteiro estava só para gente. Foi muito show chegar ali. Cheguei bem no cume.
Com disposição ainda.
Na hora da janta, acabou que eu e Bruno não fizemos a nossa gororoba. Careca, waleska, Célia, Cleiton e Vanessa estavam fazendo arroz com frango e nos chamaram. Aceitamos. Ficamos ali conversando com eles e comendo. Foi bem legal.
A noite, já com todos praticamente acomodados em suas barracas, comecei a sentir vontade de ir no banheiro fazer o número 2, hehe. Fui para um canto estratégico com o lenço umedecido e mandei ali mesmo. Era um local com terra. No dia seguinte ia pedir a pá emprestada e enterrar. Aliviado, fui dormir com uma noite absurda de linda e um baita frio.
Acordamos bem cedo, dessa vez sem a ajuda do despertador. Objetivo é claro, ver o nascer do sol. Assim que abrimos a barraca, estava escuro e um frio da porra! Graças a Deus, não passamos frio dentro da barraca dia nenhum. A barraca até que segura legal a temperatura.
Ficou somente eu e Bruno ali fora vendo o céu mudar de cor. Logo depois chegou o Cleiton.
Amanhecer na pedra da mina |
Após fazer alguns registros e conversarmos bastante vendo fumaça saindo de nossas bocas, vimos o sol nascendo no Itatiaia. Muito lindo. Tomamos nosso café da manhã, arrumamos nossas coisas, assinamos o livro de cume e então peguei a pá emprestado para enterrar a cagada que dei la na pedra da mina. Após enterrar, coloquei pedras em cima.
Era hora de começar nossa caminhada no terceiro dia. Fomos descendo junto com os "capciosos" de Rio das Ostras. Eles haviam se dividido em dois grupos. O pai e filho que andavam mais lento, iam na frente, depois o resto do grupo deles.
Fomos andando e logo logo chegamos no vale do Ruah. Capins gigantes com quase duas vezes o meu tamanho. Andar por ali foi bem interessante. Alguns pontos com cristais de gelo e água congelada. Chegamos no nosso ponto de coleta de água. Ali era hora de levar a carga máxima: teria que durar até quase o final da travessia.
Vale do ruah com seu capim elefante |
capim muito alto |
gelo! |
Ponto que dá para tomar banho. Os capciosos ficaram por ali um tempo |
capim é alto, rsrs |
Depois de uma boa caminhada, finalmente chegamos no pico dos 3 estados. Era um dos lugares que estava doido para conhecer há um bom tempo. A divisão entre os estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
Arrumamos a barraca, tomamos banho, colocamos as roupas de frio/dormir e então era a hora de fazer a janta. Fizemos essa sequencia em todos os pernoites. Durante esse processo, os "capciosos" chegaram. Quando o pai e filho chegaram, batemos palmas para eles. Chegaram a pensar em desistir. Graças a Deus estavam ali com a gente. São gente boa.
Ao fazer a janta dessa vez, resolvemos fazer a nossa comida e assim se livrar de algum peso. Na hora que estava fazendo o ovo cozido, já com eles prontos e descascados... acabei derrubando a leiteira que eles estavam e sujaram com um pouco de capim. Tive que gastar o bem mais importante na travessia serra fina, que é a água, limpando os ovos cozidos. Limpei e comemos mesmo assim. Ficou show.
Anoite caiu e o frio veio um pouco mais forte. Ficamos todos reunidos num lugar que não tinha vento nenhum e estava até quentinho. Fizeram PIZZA! e outras comidas no cume dos 3 estados. Foi maneiro demais. A lua estava praticamente cheia e todas nossas lanternas desligadas. Ficou um show a parte. Tudo iluminado pela luz da lua.
Depois de comer, beber, jogar conversa fora e curtir com os novos amigos, fui dormir. Antes, fui no banheiro e dar uma cagada. Fiz o mesmo esquema: peguei a pá emprestada, enterrei e coloquei pedras em cima.
Acordei e o sobreteto da barraca estava congelado! Primeira vez que essa barraca pega gelo. Parte do chão onde estávamos também tinha gelo. Fez bastante frio na madrugada, mas graças a Deus, nem sentimos dentro da barraca.
Depois de tomar café, arrumar as coisas, deixar a barraca pegando um sol um pouco para secar, começamos nosso último dia de caminhada.
Achei que esse último dia seria bem tranquilo. Que seria só descida. Me enganei, hehe. Só fica tranquilo depois que se chega no alto dos ivos. Aí sim é só descida, mas até lá... Serra Fina é a Serra Fina.
Depois de uma boa caminhada, chegamos no "último" ponto com água. Pelo menos é o que estava marcado no tracklog. Ali, já sentíamos que tínhamos concluído a Serra Fina com sucesso. Enchemos com um pouco de água e caminhamos até o sítio do Pierre. Lá descansamos um pouco e já celebrávamos a conclusão da travessia. Um pouco antes do sítio do Pierre, tem um hotel abandonado.
Fomos andando até a BR-354 vi que até o ponto de resgate, existe mais uns 2 ou 3 pontos com água, mas ai a travessia já tinha terminado. Chegamos na estrada e entramos na van, mortos de fome. Paramos no restaurante do Juquinha.
No final, Maria Célia falou que este almoço já estava incluso. Logo, comida liberada e 1 garrafa de 1,5L de coca. Comi até não aguentar mais. Felizes, cansados, saciados e realizados, voltamos para casa. Dias inesquecíveis. Obrigado Deus.!
Camisa do perninha congelou! |
Minha barraca congelada pela 1ª vez |
Mochila do Bruno congelou por fora |
Nascer do sol no pico dos três estados |
Achei que esse último dia seria bem tranquilo. Que seria só descida. Me enganei, hehe. Só fica tranquilo depois que se chega no alto dos ivos. Aí sim é só descida, mas até lá... Serra Fina é a Serra Fina.
Depois de uma boa caminhada, chegamos no "último" ponto com água. Pelo menos é o que estava marcado no tracklog. Ali, já sentíamos que tínhamos concluído a Serra Fina com sucesso. Enchemos com um pouco de água e caminhamos até o sítio do Pierre. Lá descansamos um pouco e já celebrávamos a conclusão da travessia. Um pouco antes do sítio do Pierre, tem um hotel abandonado.
"Último" ponto de água da travessia |
Hotel abandonado |
Sítio do Pierre |
Fim da travessia. BR 354 |
Fomos andando até a BR-354 vi que até o ponto de resgate, existe mais uns 2 ou 3 pontos com água, mas ai a travessia já tinha terminado. Chegamos na estrada e entramos na van, mortos de fome. Paramos no restaurante do Juquinha.
Forno a lenha |
Geral enchendo a pança |
No final, Maria Célia falou que este almoço já estava incluso. Logo, comida liberada e 1 garrafa de 1,5L de coca. Comi até não aguentar mais. Felizes, cansados, saciados e realizados, voltamos para casa. Dias inesquecíveis. Obrigado Deus.!
Vanessa, Careca (Joilson), eu (Marcelo), Kassen, Cleiton, Maria Célia, Viny (Vinicius), Waleska, Cris, Bruno Martins e Perninha (Alexandre) |
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