sábado, 21 de outubro de 2017

Travessia Baependi x Aiuroca

Nesse feriadão do dia 12 (quinta) até o dia 15 de outubro (domingo) tinha combinado de ir fazer a travessia Baependi x Aiuroca em MG. Estava animadão. Na sexta-feira, dia 11, saí do trabalho e fui direto arrumar a mochila cargueira. À meia noite tinha que estar na rodoviária novo-rio (teve uma boa discussão no grupo uns dias antes para definir qual seria o ponto de encontro).
Sexta, com a mochila arrumada tinha que pensar como faria para deixar o carro. Decidi deixá-lo em Niterói em frente à casa do meu pai. E assim foi. Peguei Valmir no caminho e partimos para Niterói pela via lagos. Chegando lá, dei um alô para o meu Pai e fui jantar no lugar ali perto. Com o barrigão cheio, pegamos o ônibus até a rodoviária novo-rio. Demos um tempinho ali na sala vip da 1001 até o povo chegar. Dado meia noite, o povo foi chegando e descobrimos que não seríamos o único grupo a estar ali. Nós, os caveiras da montanha, íamos ter a companhia do grupo Mochileiros RJ. Iam fazer a mesma travessia que a gente nos mesmos dias. A princípio não achei lá muito legal, mas Deus sabe de todas as coisas e no final isso se mostrou ser algo muito bom. Eles nos ajudaram e irei relatar isso mais a frente. Todo o caminho que fizemos pode ser visto aqui.

1º DIA - 12/10/17
Entramos na Van e começou a aventura. Fomos pegando o pessoal pelo caminho e depois de n horas de estrada finalmente chegamos em Baependi. Descemos em frente a um cultivo de eucaliptos. Muito bonito. Fizemos um café da manhã coletivo ali, cumprimentamos o pessoal dos mochileiros RJ e começamos a nossa caminhada. Passamos por vários lugares lindos. Destaco o ataque ao cume do morro do chapéu.

Início da travessia




Caveiras da Montanha
ataque ao morro do chapéu

Depois de um tempo percebi que a Carol ficou um pouco para trás e resolvi ajudar. Ela não estava 100% da saúde além de estar com uma mochila pesada. Consequência: pessoal foi tudo avançando e ficou eu e ela como os últimos. Mas até gostei muito. As nuvens no céu ajudaram a não ser tão sacrificante a travessia nesse dia. No sol de meio dia estava uma sombrinha gostosa e foi quando eu e Carol paramos para ela descansar e comer alguma coisa. Bruno Negreiros percebeu que como eu estava ali ajudando ela, resolvou deixar o walkie-talk comigo para caso desse algum problema, poder falar com Bruno Lacerda (barba) que estava na frente. Com o walk-talk e com o caminho traçado no wikiloc, seguimos a travessia sozinhos. Foi muito maneiro. Vimos um grilo rosa pink! Muito rosa mesmo. Nunca tinha visto uma cor assim tão forte, principalmente num grilo. O “canto” dele também era bem diferente. Parecia uma campainha, um despertador antigo. Logo mais a frente, vimos um monte de passarinhos brancos voando juntos. Muito bonito. Tanto que me distrai e escorreguei. Rsrs. Mas nada d+. O primeiro animal que vimos foi um baita susto: estávamos caminhando sozinhos e do nada sai um grito muito alto e um bicho voando/fugindo da gente. Era uma coruja. Foi mó susto, mas muito legal. Demos risada disso. Quando estávamos quase chegando no camping “Rancho Salvador” vimos dois cavalos/burros que não estavam com uma cara muito amigável. Passamos por eles sem dar muita atenção. Assim que chegamos no camping, arrumamos a barraca e eu fui, pela primeira vez na vida, cagar no mato. Hehehe. Peguei uma pá com um cara do grupo mochileirosrj e lá fui eu. Logo depois, fui tomar banho no rio. Primeira vez tomando banho de verdade num rio e foi muito bom! Algumas pessoas tomaram banho um pouco mais à frente do ponto onde eu estava e disseram que tinha muita “sangue-suga”, de acordo com Erick. No lugar onde eu estava, estava tranquilo. Nenhuma.



Como eu estava ajudando o Alexandro a carregar os itens da barraca (eu fiquei com os specs e varetas, ele só com a lona e o quarto da barraca), ele chegou muito na frente e teve que me esperar chegar com a Carol. Hehe. Coitado. Montamos a barraca num terreno inclinado. Foi uma merda para dormir. Ficávamos escorregando a noite. Hahaha. Na barraca ficou Alexandro, Andreia Yacco e eu.
Eu, Yacco e Alexandro

Com a barraca montada e banho tomado, fui fazer minha janta: miojo, ovo cozido e calabresa. O suco foi uma pastilha de vitamina C. Anoiteceu e ficamos conversando na barraca. O barulho da agua do rio as vezes me fazia pensar que ia chover... Mas depois o céu ficou limpinho e muito estrelado. Lindo demais. Carol e Priscila passaram na barraca para chamar o pessoal para ficar lá margem do rio conversando. Eu fui. Fiquei do lado de uma pessoa e papo vai, papo vem... Acabei ficando de mãos dadas com uma pessoa e fazendo carinho nas costas. Gostei. Rs. Céu maravilhoso, na margem do rio, com uma pessoa maravilhosa. Não tinha como não gostar. Ficou tarde e era hora de dormir, até porque o dia seguinte ia ser puxado.

2º DIA – 13/10/17
Acordamos, comemos uma coisinha, desmontamos a barraca e seguimos nosso caminho. Já sabíamos que esse seria o dia mais longo para se percorrer, porém, vi que foi o dia mais legal. Várias cachoeiras pelo caminho e uma travessia de rio, o rio Baependi. Menos de uma hora de caminhada conseguimos ver uma cachoeira de longe em que dava para ver a água passando por debaixo da pedra. Nunca tinha visto algo assim. Nesse dia passamos por algumas cachoeiras mas umas só se pode ver de longe. Mergulhar mesmo, só na cachoeira do Juju, Charco e o rio Baependi.









Após esta cachoeira que dava para ver a água passando por debaixo da pedra, chegamos na cachoeira do Juju. Muito linda. Perdemos um bom tempo curtindo aquilo ali. Várias fotos. Aproveitamos e tomamos o nosso café da manhã de verdade. Compartilhei comida com Carol e dei um chocolate que havia prometido que levaria conversando com ela pela whatsapp uns dias antes da travessia, hehe. Sou homem de palavra.
cachoeira do Juju





Barrigão cheio, continuamos nossa travessia. Passamos por alguns pontos com água e visuais lindos até que chegamos na plaquinha da cachoeira do Charco. Pessoal foi descendo para o melhor ponto para atravessar o rio Baependi. Fiquei ali na plaquinha um pouco para tirar fotos. Acabou ficando só eu e Elaine por último na fila. Ela estava com muitas bolhas nos pés e eu fiquei para trás porque estava tirando fotos e fazendo vídeos mesmo. Carol tinha se adiantado. Quando eu e Elaine resolvemos descer para poder atravessar o rio, me escorreguei e, tenho quase certeza que ao escorregar, caí num mato ali da qual me segurei num galho e subi rapidamente de volta para a trilha. Mas nessa que eu escorreguei, tenho quase certeza que deixei cair a go-pro da Carol que eu estava carregando do lado de fora da mochila. Uma pena. Queria ajudar e acabei prejudicando. Vida que segue. Vou dar um jeito.
Atravessado o rio Baependi, deixei as mochilas ali perto onde seria o ponto para o retorno da travessia e fui andando para curtir a cachoeira do charco. Muito boa também. É raso então até quem não sabe nada, como o Erick, pôde curtir tranquilo.




Seguindo a travessia, Carol estava sentindo muito cansada. Além de muitos km para se andar, o sol estava forte e ela não estava 100% da saúde. Toda hora tentava pegar uma coisa da mochila dela para aliviar o peso. Eu me sentia bem. Aguentava muito mais peso do que estava levando. Gostei dessa minha evolução. Peguei algumas roupas que estavam penduradas na mochila da Carol e o Negreiros pegou o saco de dormir dela. Após retirar esses pesos, ela andou super bem. Nem me esperou. Kkkkk. Saiu na frente e foda-se... mas sempre estava no meu campo de visão. Um pouco antes de acabar o segundo dia, demos uma parada para nos reagruparmos e a Priscila ir no banheiro. Poucos minutos depois chegamos no camping do Santo Daime.
Assim que chegamos no camping, montamos a barraca. Pegamos um bom terreno dessa vez. Hehe. Nada de terreno inclinado. Queríamos montar todas as barracas em formato de círculo, mas acabou que ficou uma merda e desistimos por causa do terreno: algumas pessoas iam ficar prejudicadas. Terminamos de montar a barraca, peguei as coisas da Carol que estavam na minha mochila e entreguei para ela. Nessa, nem me dei conta que tinha perdido a go-pro dela no caminho. Nem ela também. Deve ser o cansaço. Me sinto um pouco culpado por isso. Enfim... Barraca montada, fui logo procurar tomar banho já que o sol estava indo embora. Tinha um pequeno córrego por ali e tomamos banho de caneca ali mesmo. Um frio da porra, mas tomei banho. Limpinho, fui fazer minha janta.
Juntou todo mundo fora da barraca com os isolantes térmicos para sentarmos e cada um fez a sua janta. Já estava noite. Um céu lindo demais. Conforme mais tarde ficava, mais o frio dominava e mais o céu ficava lindo. Mais uma vez fiquei ali com uma pessoa conversando e a abraçando para nos esquentarmos. Nunca foi tão bom beijar uma bandana (coisa minha).

3º DIA – 14/10/17
Acordamos, desmontamos a barraca, colocamos o sobreteto no sol para secar um pouco devido a condensação da noite anterior. Queria ir lá no totem do santo daime mas barba falou que a gente estava atrasado então nem consegui ir lá tirar foto. Assim que saímos da barraca vimos o vapor a humidade se evaporando com o sol. Seguimos nosso caminho. Fiquei um pouco triste de não conseguir tirar foto do totem, mas tudo bem. Carol se deu conta que não estava mais com a go-pro. Ai fiquei o dia inteiro pensando onde poderia estar na minha mochila ou na dela. Eu não lembrava mesmo onde estava. Continuamos a travessia com essa pulga atrás da orelha.
"Fumaça" subindo

Caminhamos até o “Retiro dos Pedro” para pegar aguá e deixar as mochilas para fazer o ataque ao cume do pico do tamanduá bandeira. Vista muito legal lá de cima.
retiro dos pedros

ataque ao pico do tamanduá bandeira

totem






Depois de tirar algumas fotos e curtir o lugar o pessoal foi descendo e só ficou Negreiros, Kris e eu. Acabou que a Kris machucou o pé. Negreiros me deu todas as coisas deles, colocou ela na corcunda e eu fui descendo (correndo que nem um doido) para chamar o pessoal para ajudar a carregar a Kris. Foi tenso! Acho que é a primeira vez que vejo alguém se machucar de verdade em travessia.
Valmir caçou um ponto de sinal de telefone e ficou um bom tempo no sol tentando falar com a emergência. Enquanto estávamos procurando socorro, o pessoal do mochileirosrj nos viu e deu telefones e tentou ajudar no que pôde. Todos que passavam por ali (teve uns paulistas também) tentavam ajudar de alguma forma. No final das contas, depois de um bom tempo de discussão, conseguiu um helicóptero para ela.



Fátima dos mochileirosrj ajudando

resgate

Enquanto o socorro não chegava, Alexandro, Erick e eu fomos andar para conhecer um pouco do lugar e tirar fotos. Lugar lindo. Nos reunimos mais uma vez com o pessoal e foi decidido, com o consenso de todos, que íamos abortar a travessia e iriamos para uma pousada (Casarão) em Alagoa, que é onde será a festa de final de ano dos caveiras. Assim que o helicóptero chegou e levou a Kris, pegamos nossas coisas e começamos a descer abortando a travessia. O caminho que fizemos ao sair da travessia é bem bonito. Tem o mirante do por do sol. Lugar lindo.
mirante do por do sol

Veio um carro para levar as mochilas e uma Kombi para levar a gente. Depois de um tempo de estrada (creio que um pouco mais de uma hora), chegamos na pousada Casarão. Já tinha um queijo feito por eles nos esperando e janta quase pronta. Fizemos as divisões das camas e quartos, tomamos banho, e fomos jantar. Nem todos nessa mesma ordem. Hehe. Com o barrigão cheio, era hora de beber um pouco. Quase não bebi. Ficaram brincando de “pa-pin-pow” até tarde. Enfim, fomos dormir numa cama gostosa. Delícia. Qualquer cama fica gostosa depois de acampar. Hehe.

4º Dia – 15/10/17
No último dia, a travessia ficou para trás e era hora de curtir o pouco de tempo que tínhamos em Alagoa. Acordei cedo e fui fazer xixi. Voltei para cama, tentei dormir e nada. Quando voltei para fora do quarto, fui na varanda e Fatinha (Fátima) estava lá na rede. Deitei com ela e ficamos conversando um pouco. Aos poucos o pessoal foi levantando e era a hora de tomar café da manhã. Muito bom por sinal.
De barrigão cheio, fomos aproveitar o dia e ir à cachoeira do facão. Aproximadamente um pouco mais de uns 2 km da pousada. Demoramos um pouco para conseguir achar a trilha certa para chegar nela, mas depois de um pouco de exploração chegamos. Linda cachoeira.







Cachoeira do Facão


Voltamos para a pousada, almoçamos, arrumamos nossas mochilas, nos despedimos do pessoal da pousada e era hora de partir. Mais n horas de estrada. Tomamos o maior cuidado para que a Kris não esbarrasse com o pé dentro da Van. Ao chegarmos na rodoviária novo-rio, me despedi do pessoal e agora tinha que ir para Niterói. Valmir falou com o pessoal dos mochileirosrj e resolvemos dividir uma van. Saiu mais demorado e mais caro do que tivéssemos ido de ônibus, mas ta bom: pagamos pela segurança. Cheguei no meu carro e já estava tarde. Nem me despedi do meu pai. Peguei o carro e fui embora para casa. Cheguei em Arraial lá pras 1 e 20 da manhã. Tarde para quem ia trabalhar no dia seguinte, mas dormi super feliz, com a alma renovada e com amor no coração. Por mais dias assim.
Francesco, Anmielle, Eu (Marcelo), Caroline, Erick, Fátima, Negreiros, Barba, Andreia (yacco), Jéssica, Kris, Elanie, Priscila e Valmir.



Um comentário:

Anônimo disse...

Só agora vi o blog e as postagens.