Essa travessia era uma pendência
que tínhamos há quase um ano. Quando tentamos há um tempo atrás, uma amiga
quebrou o pé e tivemos que abortar. A travessia é feita normalmente em
quatro dias. Dessa vez, como não tínhamos muito tempo, e já conhecíamos boa
parte dela, resolvemos fazer em três dias e deu tudo certo, graças a Deus.
Abaixo pode se ver o caminho
feito durante estes três dias,
clicando aqui.
Dias antes combinei de ir
dividindo barraca com Priscila, minha ex namorada. Dividimos a comida. Eu levei
a barraca. Ela estava um bom tempo sem fazer trilha e sentiu bastante. Eu
fiquei tranquilo, ainda dei uma corrida no dia seguinte a travessia.
No dia anterior ao da travessia,
coloquei carona no blablacar e fui de carro para o rio. Nele, eu dirigindo,
Valmir de carona e mais 2 gringos no banco de trás. Foi legal a conversa até a
rodoviária. Chegando nela, com uma hora de antecedência ao marcado, me despedi
dos gringos, troquei de roupa e fui jantar no Giraffa’s na rodoviária. Ao
voltar da rodoviária, praticamente todo mundo já havia chegado, menos minha ex,
Priscila que seria pega no caminho. Consequência: ficamos no banco de trás, um
dos piores lugares para dormir. Um detalhe: o motorista da van não era o Sérgio
dessa vez. Era o Lima. Muito gente boa, por sinal. Van não era dele, mas era
muito melhor que a do Sérgio. Mais conforável.
Seguimos viagem e pegamos
Priscila no caminho. No meio da viagem ela sente vontade de ir no banheiro
fazer o número dois, hahaha. Só achamos um açougue aberto e ela fez lá mesmo.
De acordo com ela, várias manchas de sangue estavam lá no banheiro, haha.
Vamos aos relatos dessa
travessia, dos dias 7 a 9 de setembro de 2018.
1º dia - Dia 07 de Setembro – Baependi x Rancho Salvador
Como dito anteriormente, estávamos
com um novo motorista. Ele acabou pegando um caminho diferente e demos uma
volta bem maior para chegar ao ponto inicial da trilha. Ao descermos da Van,
vimos mais duas vans no local. Era feriado né? Não poderíamos esperar que a
montanha estivesse vazia. Mais tarde vimos que eles eram corredores de
montanha. 30 pessoas. Todos de São Paulo. Nós os chamávamos de “os espartanos”,
haha.
Nos apressamos em arrumar nossas
coisas/mochilas, comer algo e já partir para a travessia já que a disputa por
espaço para colocar uma barraca no rancho salvador seria mais complicada. Muita
gente. Isso nos fez (pelo menos a mim) a andar sem demoras.
(fotos no inicio da trilha, as arvores)
Falei com Priscila sobre essa
parada de espaço no rancho salvador e falei que iria na frente para tentar
pegar um bom lugar (até mesmo porque ela estava muito lenta). Ela concordou e
parti com o povo da frente.
(fotos da quela primeira subida)
Depois de andar bastante e
enfrentar a primeira subida forte, chegamos no ponto onde se faria o ataque ao
pico do chapéu. Nem todos quiseram subir até lá. Eu fui. Visual incrível de lá.
(fotos do pico do chapéu)
Henrique que tinha começado a
subir com a gente, desistiu no meio do caminho para evitar qualquer lesão.
Muito prudente. Ao voltarmos onde deixamos as mochilas, pegamos um pouco de
água, comemos um pouco e era hora de começar a pernada novamente.
(fotos até a cruz)
Poucos minutos depois chegamos
num ponto marcante: o cruzeiro. Neste momento estava no grupo da frente.
Resolvemos para e reagrupar todo mundo. Depois de algumas fotos e apreciar o
local, caminhamos mais uma vez. O objetivo deste primeiro dia era chegar no
Rancho Salvador. Durante o caminho até lá, passei por alguns lugares memoráveis
de quando fiz essa travessia pela primeira vez em 2017. O lugar onde eu e carol
vimos uma coruja, o lugar onde vi um monte de pássaros e acabei escorregando...
e mais tarde Conversando com Carol ela falou que ouviu o grilo rosa que vimos
no ano passado, mas não viu nenhum. Eu, nem isso.
(fotos até o abrigo, o abrigo, o rio)
Fomos um dos primeiros a chegar no
Rancho Salvador. Resolvi ir na frente para poder conseguir um lugar legal para
poder montar a barraca. Até que consegui um lugar legal. Fui montando a barraca
enquanto Priscila não chegava. Quando ela chegou já estava praticamente
montada. Só a movemos um pouco para cima para evitar que um galho estava perto
rasgasse a barraca.
Chegamos muito cedo no abrigo.
Entre meio dia e uma da tarde. Tivemos o dia inteiro para descansar. O grupo
andou num ritmo muito bom. Barraca montada, fizemos um lanche, coloquei a sunga
e fui tomar banho de rio. O camping é selvagem, então esse seria o único banho
do dia. Água bem gelada. Priscila me emprestou o sabonete biodegradável dela
mas acabei deixando cair na agua e já era. Fui na barraca e peguei o meu sabão
de coco (que é biodegradável também). Água congelava um pouco o pé de início ...
Mas depois o corpo vai acostumando. Lavei também a camisa segunda pele com
proteção UV, tanto a minha como a da Priscila. Como o sol estava forte, secou
rápido.
(foto da gente no abrigo, fotos a noite dos vacas)
Logo depois chegou o João e o
grupo dos Vacastrekking. Só gente boa. Já conhecia a Chang e a Greice de quando
fizemos o “seio da mulher de pedra” em Teresópolis. Depois conversar bastante,
fazer nossa janta, beber um pouco com o pessoal, fazer as necessidades no meio
do mato... era hora de dormir, porque o dia seguinte ia ser bem puxado.
Normalmente, no segundo dia se anda só até o camping do santo daime. A gente
iria passar dele e andar até o abrigo dos Pedro para dormir por lá e ver o
nascer do sol no pico do Tamanduá. Os vacastrekking iriam andar só até o santo
daime mesmo.
2º dia - Dia 08 de Setembro – Rancho Salvador x Abrigo dos Pedro
Não consegui dormir muito bem já
que um cachorro ficou latindo a noite toda. Tomei meu café da manhã, nos
arrumamos e partimos para o nosso segundo dia de pernada.
(fotos do segundo dia inicialmente, até cachoeira do juju
provavelmente)
Poucos minutos depois, chegamos
na cachoeira do Juju. Claro, perdemos um tempo ali. Não cheguei entra nela
porque já tinha me “batizado” na
primeira vez que fiz a travessia.
(foto e vídeo da cachoeira do juju)
Ali fizemos um pequeno lanche,
descansamos um pouco. Assim que estávamos saindo, o pessoal do vacastrekking
chegaram. Continuamos nosso caminho.
Era uma subida um pouco
cansativa. Em determinado momento Carol escorregou e a ajudei a levantar.
Passei uma pomada (tipo gelol) no tornozelo dela e resolvi carregar a mochila
cargueira dela por um tempo. Eu carregaria um pouco e depois o Negreiros
carregaria um pouco também. E assim fizemos.
(foto de eu carregando a mochila da carol e do caminho)
Um determinado ponto acabei
espetando a minha mão em algum espinho. Sempre levo um arranhão para casa,
hehe. Mas não foi nada demais. Fizemos uma pausa para reagrupar e fazer um
lanche. A caminhada era longa.
(fotos do caminho até a cachoeira do charco)
Depois de um tempinho, chegamos
finalmente na cachoeira do charco. Dessa vez ela estava bem diferente em
relação à quando fui no ano passado. Não a cachoeira em si, mas o ambiente em
si. A vegetação toda estava queimada, mas estava bem diferente. Estava até
bonito. Começamos a descida e fui até o ponto em que perdi a gopro da Carol no
ano passado. Escorreguei num ponto e o mato acabou roubando ela da minha
mochila. Cheguei a pensar que ela poderia estar ali todo esse tempo ... mas,
mesmo que estivesse, o fogo já teria a consumido toda. Uma pena. Seria bem
legal encontrar ela ali.
(fotos na cachoeira do charco e atravessando o rio)
Chegamos ali no ponto onde tem
que atravessar o rio Baependi. Piffa, tentou ajudar mas falou que a água estava
muito gelada e não estava aguentando ficar ali para passar as mochilas, hahaha.
Enfim, fui para água e ajudei a passar as mochilas e todo o restante. O
cachorro que ficou perturbando a gente na noite anterior latindo a madrugada
inteira, foi nos acompanhando durante todo o trajeto. Na hora de atravessar o
rio ficou a dúvida: levamos ele até o outro lado ou não? Acabei atravessando o
cachorro também, haha. “Pra trás, só deixamos pegadas”.
(foto do caminho até o ponto onde paramos para descansar e agrupar)
Nessa hora resolvi andar um pouco
mais e ir na frente. Chegou um momento que ficou só eu e o cachorro. Até que
foi bem legal. A gente se fazendo companhia. Parei num ponto, no mesmo lugar
que paramos no ano passado para reagrupar. Ali tem uma sombrinha e água.
Esperei parte do pessoal chegar. Vi que boa parte estava chegando então resolvi
seguir junto com a Greice. Logo mais o João apareceu. Fomos andando até o
camping do santo daime. Ali os vacas iriam montar acampamento. Os caveiras
iriam continuar a caminhada.
Ao chegar no camping do santo
daime, esperei mais um pouco o restante do pessoal chegar. Finalmente fui até o
toten do santo daime conhecer. Na primeira vez que fiz a travessia, nem cheguei
a ir nele. Uma pendência a menos, hehe.
(foto do totem do santo daime)
Depois que todo o grupo dos
Caveiras chegaram ali no santo daime, nos despedimos dos Vacas e seguimos nosso
caminho. Já cansado, começaria uma subida sem fim até o abrigo dos Pedro.
Depois de muito sofrer naquela subida, e a noite começando a cair, chegamos num
ponto que paramos para descansar e ver o pôr do sol. Foi foda. Voltamos a andar
e a noite caindo. Cada vez mais frio... mas como estávamos caminhando, nem
sentíamos tanto. Resolvemos colocar o pessoal que estava mais lento para ir na
frente e seguimos em fila indiana. Já com tudo escuro e com as lanternas
ligadas... chegamos num ponto que sugeri todo mundo parar e desligar as
lanternas por um momento e olhar o céu. Foi FODA!!! Lindo demais! Momento
inesquecível.
Depois desse momento, chegamos no
abrigo dos Pedro. Consegui um lugar muito bom para acampar. Cercado por rochas,
nos abrigando. Como vizinho tinha apenas o casal Francesco e Amnielle. Foi
show.
Fizemos uma janta, tomei um banho
de gato e era hora de dormir. Chegou bastante gente ali naquela noite, mas
graças a Deus ficaram mais pra frente, não interferindo tanto no lugar onde eu
estava.
3º dia - Dia 08 de Setembro – Abrigo dos Pedro x igrejinha em Aiuruoca
Dormi muito bem, mas não quis
levantar de madrugada para ir ver o nascer do sol lá no pico do Tamanduá
Bandeira. Sei que Fuji e Graça (se não me engano) foram. Já conhecia da última
travessia e me deu maior preguiça de levantar.
Fiz um café da manhã reforçado com os ovos que sobraram e
me senti muito bem. Disposto.
Começamos a nossa pernada e sempre víamos o pessoal da corrida pelo caminho. Alguns claramente perdidos.
(fotos do caminho até campo de poejo)
Assim que chegamos no campo de poejo ficou eu, fuji e graça tirando algumas fotos ali e acabamos ficando um pouco pra trás, mas nada d+.
(foto daquela pedra "quadrada")
Voltamos para a caminhada até que encontramos o pessoal na bifurcação que levava até o pico do papagaio. Um dos lugares mais bonitos que já. Algumas pessoas não quiseram subir. Eu, claro, fui e ainda incentivei Carol e Fernanda a subirem junto comigo. Não se arrependeram. Vista linda.
(fotos do pico do papagaio)
Quando voltamos do pico do papagaio, fizemos um pequeno lanche e continuamos a nossa pernada. Vários pontos com água pelo caminho.
(fotos daquele lugar q eu e priscila paramos e depois tinha vacas)
Chegamos num ponto com um descampado muito bonito. Ali tinha uma galera parada e apreciando a vista. Como estava um pouco adiantado, fiquei ali parado esperando o pessoal. O povo do João com o vaca trekking logo chegaram também. Fomos descendo até chegar no trutário.
(foto do trutário)
Paramos ali no trutário um pouco, tomamos umas cerveja esperando o pessoal chegar. Deu tempo de ir num banheiro que tem ali perto e tomar um banho rapidinho. Terminar um travessia e já poder tomar um banho é tudo de bom. Já vai pegar a estrada de volta pra casa com banho tomado. Você vira outra pessoa.
Na hora de ir embora ficou eu, Priscila, Fuji e Graça um pouco pra trás. Fomos andando até que um carro 4x4 apareceu e pedimos carona. fomos na caçamba dele, hehe. Foi legal. Minutos depois chegamos onde estava a nossa van. Agradecemos ao motorista do 4x4 e embarcamos de volta para o rio.
Finalmente terminei essa travessia, que é muito bonita e sempre vale a pena visitar.